Não é ser infeliz, é ser diariamente pressionada

Ser solteira incomoda muita gente. Independente se você é feliz ou não. Ao se aproximar dos 30 anos, a cobrança aumenta homericamente. Por melhor que você se sinta em relação à sua condição, a sociedade te convencerá do contrário a qualquer custo. Acredite!

Porque não é normal uma mulher ou um homem de quase 30 anos não querer um relacionamento, porque simplesmente cansou de dar murro em ponta de faca. Não é normal uma pessoa solteira não gostar de sair para baladas. E não é normal não ter um flerte diferente a cada semana.

Os comprometidos que me perdoem, mas o mercado não está fácil. E conhecer pessoas é desgastante e, na maioria das vezes, desanimador. Conhecer, sair e esperar por um telefonema que talvez nunca aconteça dá trabalho e só quem é muito desprendido de emoções consegue executar cada etapa com a naturalidade que o processo pede. E se você não tem paciência ou um coração ainda muito machucado para encarar tudo isso, dirão que você não é feliz e te aconselharão a se tratar.

Não é questão de ser feliz ou não. Mas, sim, da insistente cobrança tanto da sociedade, quanto de você mesma, por ter sido criada nos moldes de uma família tradicional, na qual te ensinam que você deve viver para trabalhar, pagar as contas, casar e ter filhos. E se você for contra a maré, não será considerada bem-sucedida socialmente. E não importa o quanto você não liga para isso, as pessoas ligam. Aí, depende de você não deixar que comentários alheios te afetem.

Eu sou uma pessoa muito prática que procura um relacionamento sério, sim - aliás, todo mundo procura, mesmo quem diga que é feliz sozinho. - E falando como tal, não me anima a ideia de sair com alguém novo sem saber quais as reais intenções do pretendente. E, caso o objetivo dele não seja o mesmo que o meu, pronto: mais uma decepção pra listinha.

Mas, infelizmente, não tem como saber sem tentar. Isto é, se ainda restar coragem após tanto apanhar dessa vida em nome do amor. E se desanimar, tenha sempre o ditado da mãe na ponta da língua: “o que é seu tá guardado” e entregue nas mãos de Deus.