O desafio de se amar todos os dias


Falar é fácil. Levantar a bandeira do amor próprio enquanto você está dentro de um físico  socialmente aceito ou passando por uma fase bacana é fácil. Difícil é conseguir se amar apesar da rejeição – seja do namorado ou de um possível pretendente, do emprego ou de familiares –, daquela roupa que não tem seu número na loja ou das inúmeras propagandas, novelas e filmes que cultuam um padrão de beleza inatingível. É só aparecer na academia ou na praia com alguns pneuzinhos abdominais e os olhares se voltam todos para você. Mas, infelizmente, não de uma maneira positiva.

Se amar é muito mais do que se achar bonita e postar selfies diariamente nas redes sociais. Requer um esforço diário. É lutar contra todos os preconceitos. É ignorar os padrões e os olhares debochados. É aprender com as suas decepções e fracassos e nunca se rebaixar diante deles. Se você nunca passou por isso ou mesmo tendo passado por isso se ama plenamente, meus sinceros parabéns, pois isso é muito raro.

Existem dias que o desânimo é tanto que a vontade de se arrumar, de se cuidar e até mesmo de se olhar no espelho passa longe. “Pra que?” ou “pra quem?”, nos perguntamos. Estamos tão decepcionadas com uma situação específica que sentimos que o trabalho simplesmente não vale a pena e, às vezes, somos levadas a atitudes impulsivas que nos proporcionam prazer instantâneo (comer, fazer sexo etc.), numa tentativa frustrada de nos sentirmos melhores consigo mesmas. O que não sabemos é o quanto esse tipo de atitude deprecia o nosso corpo e, consequentemente, a nossa autoestima. A não ser que esteja claro que, ao fazê-lo, é realmente porque você quer e gosta e não para se sentir menos pior com você mesma.

Não tenho uma conclusão definitiva para esse texto, pois eu também estou em processo de aprendizagem. Só o que tenho a dizer é que a vida é feita de altos e baixos, que existem justamente para nos fazer amadurecer ao longo dos anos. Logo, não somos obrigadas a nos sentir bem, lindas e gostosas todo santo dia, mesmo porque nem todos os dias estamos superfelizes (e, se caso conhecer alguém que é feliz 24 horas por sete dias da semana, algo não está certo). Mas isso também não significa que não nos amamos.

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