Quando é pra ser, é
Quando a gente gosta,
procuramos justificar cada ato ou cada palavra não dita. Insistimos,
acreditamos, rezamos. Mas não adianta. Se não é pra ser, não há santo que
ajude. E se é pra ser, simplesmente é. Sem dificuldades, sem rodeios, sem meias palavras.
Quando é pra ser, é mais fácil
que receita de miojo. Não tem dor de cabeça, não tem choro e nem vela. Quando
você escreve, ele responde. Assim, vápt-vupt. Aliás, quando ele quer, minha
filha, você não precisa fazer nada. Às 8h da manhã, ele já está mandando um “bom
dia” que vai animar também sua tarde e a sua noite.
Não tem joguinho, nem
perseguição. Ele simplesmente comparece. Não há distância, nem barreiras que
virem desculpas. Não existe trabalho demais ou compromissos demais para quem
quer. Dá-se um jeito sempre. Mas, se
de repente o moço começar a ficar muito atarefado, já era. Ele vai sumir, botando
a culpa na “rotina corrida”, vai te deixar no vácuo e com cara de “ué”, esperando
que você entenda a atitude e suma também.
Logo, dói muito para quem gosta
ter que sumir e ter que aprender a conviver sem as mensagens de “bom dia”, sem
os carinhos e sufocar uma saudade que não será mais aliviada aos finais de
semana. Dói muito ser obrigada a esquecer e, principalmente, dói muito se
deparar com o fato de que não deu certo de
novo.
Por outro lado, você já está tão
calejada de reviver a mesma situação que o coração começa a doer menos. Ao
menor sinal de abandono, você se coloca em primeiro lugar e pula fora antes
dele. Com a idade, ficamos mais fortes e exigentes o suficiente para não deixar
que qualquer um destrua o nosso amor próprio, construído com tanto esforço ao
longo dos anos. Em nome da nossa paz
interior, é absolutamente melhor ficar sozinha a sofrer por qualquer mensagem
visualizada e não respondida.


