Inspirada por "Ela"


Recentemente, assisti a “Ela”, um filme de Spike Jonze, estrelado por Joaquin Phoenix (“O Gladiador”, “Sinais”) e, merecidamente, o vencedor do Oscar de melhor roteiro original. O longa se passa em um futuro próximo, na cidade de Los Angeles, e acompanha Theodore Twombly, um homem complexo e emotivo que trabalha escrevendo cartas pessoais e tocantes para outras pessoas. Uma história que nos leva a várias interpretações.

Theodore acabara de sofrer uma desilusão amorosa, como todo mundo na vida, um dia. Em meio ao seu desespero, ele se apega à Samantha, seu novo Sistema Operacional, adquirido e programado justamente para satisfazê-lo. De repente, ambos se vêem apaixonados, uma vez que apenas o sentimento de Theo é real. Será mesmo?

O personagem de Phoenix é basicamente um exemplo clássico do que pode acontecer com qualquer indivíduo que não souber lidar com o fim de um relacionamento traumático. Projetamos uma imagem falsa sobre o que pode vir a ser perfeito para nós, naquele momento, a fim de fugir da realidade, evitando futuros sofrimentos.

Fechamo-nos em um mundo só nosso, aparentemente seguro, livre de novas possibilidades e riscos, onde passamos a viver uma mentira. Uma fantasia criada por ninguém, além de nós mesmos. Até o momento em que nos vimos obrigados a seguir a vida – por bem ou por mal. O famoso “banho de água fria” que todo mundo merece levar para acordar de uma vez, quando se vê preso em um beco sem saída.

Eis que finalmente saímos do casulo e nos abrimos para o “novo”, o que costuma assustar e a trazer inúmeras inseguranças à tona. Sair, conhecer, envolver-se, confiar… Tudo de novo, sem saber se pode ou não dar certo. Um trabalho que nem todo mundo se vê disposto a realizar – mais uma vez.

Afinal, quando é que percebemos que o esforço vale a pena?

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