Introvertidos, mas legais
Passei a minha vida inteira acreditando que, quando alguém gostar de você, será por quem você é. Afinal, “ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã de Caetano”. Acho e sempre vou achar absurda essa história de que devemos mudar nossa personalidade só para atrair o sexo oposto.
Essa tal mudança pode implicar no que já está no seu DNA. Talvez tenha sido uma pena você não ter puxado o pai, um cara super sociável e que faz amizade a cada esquina. Paciência! Porém, não acredito que alguém passará o resto da vida sozinho, só porque não sorri para todo mundo na rua. Ser introvertido não significa ser antissocial ou que vá morder se você se aproximar demais.
Em um mundo que não para de falar, ser quietinho pode ser visto como algo bom e até mesmo um atrativo. Segundo Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, ser introvertido não é doença e, portanto, basta aceitar-se assim e saber conviver com a diferença. Algumas personalidades como Ghandi, Einstein, Chopin, Steven Spielberg, Bill Gates e, até mesmo o personagem Michael Corleone, da famosa trilogia de Francis Ford Coppola “O Poderoso Chefão”, se encaixam no perfil.
Ainda de acordo com a autora, introversão é “ter preferência por ambientes que não sejam estimulantes demais”. Ou seja, não preferir lugares mais agitados, barulhentos, com pessoas saindo pelo ladrão, não faz de mim ou de você uma idosa mal humorada de 25 anos. Só porque a maioria julga ser divertido, não quer dizer que, para nós, seja.
Por isso, não há razões para se desesperar. O amor pode chegar a qualquer momento, em qualquer lugar, basta ficar atento. Afinal, existe, sim, uma tampa para toda panela, podendo esta ser torta, enferrujada ou em perfeito estado de conservação.


