“O Grande Gatsby” e o cenário fashion dos anos 20


Um dia depois da estreia nos cinemas brasileiros, fui assistir à nova versão de “O Grande Gatsby”. Confesso a minha relutância ao aceitar um remake de um romance tão antigo, oriundo da obra de Scott Fitzgerald de 1925. Havia assistido recentemente ao filme de 1974, com Robert Redfort, Mia Farrow e Sam Waterston, a convite da minha mãe que já tinha conhecimento da história há alguns anos.

Pela visão do diretor Baz Luhrmann, a trama ganha mais vida, cores e emoção. Com uma trilha sonora surpreendente, as festas do milionário Jay Gatsby transformaram-se em verdadeiras raves. No entanto, com o cuidado e dedicação da produção musical do filme, cada canção foi delicadamente convertida à Era do Jazz dos anos 20.

Figurino

O figurino é de Catherine Martin e teve a colaboração de Miuccia Prada e da Tiffany & Co. para a produção das joias, que acabou ganhando duas linhas para o varejo: a Ziegfield e a The Great Gatsby. É o início do século XX, fim da I Guerra Mundial, marcado pela liberdade, prosperidade e pelo charme das mulheres modernas da época.

Os espartilhos já não existiam mais, o que abriu espaço para a chegada das lingeries. As mulheres passaram a mostrar mais o corpo e a usar maquiagem; o que foi um grande avanço na história da moda. Os vestidos mais curtos, leves e elegantes, facilitavam os movimentos da dança que dominava as festas da geração (entre elas, as festas na mansão de Gatsby), o Charleston. O padrão de beleza da época era a mulher sem curvas, de seios e quadris pequenos.

A grande personalidade da década de 20 foi Coco Chanel (1883 – 1971), que com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos – bastante evidenciados no filme – , dava mais um empurrão à linha do tempo fashion. Seu conceito de elegância, denominado tardiamente como total look, mostra que as peças do vestuário não são tão importantes quanto à forma em que são combinadas e vestidas com acessórios. Chanel usava diferentes fontes de inspiração e as transformava em suas criações.

Logo, as festividades e a grande euforia que coloriam os anos 20 cessaram no dia 29 de outubro de 1929, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, gerando a Grande Depressão na economia dos Estados Unidos, marcada por falências, desemprego e desespero.

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