Amores mal resolvidos
Só quem passa pela dor de um assunto mal resolvido para saber como é. Aquela clássica sensação de que faltaram palavras a serem ditas e que, a qualquer momento, você pode ter a sua chance de deixar tudo às claras. Geralmente, guardar esse tipo de sentimento te impede de seguir a vida e partir para uma próxima aventura – um novo amor. Além de agravar o sofrimento, ficando cada vez mais difícil ser feliz sem “aquela” resposta... Que não houve.
Aí chegam os amigos aconselhando a esquecer, “partir para outra”. Infelizmente, não é tão simples quanto se diz. Uma coisa é ter tido a grande oportunidade de ter “a conversa”, esclarecedora, entre você e o seu parceiro, olho no olho, ouvindo decididamente que o dito cujo não gosta de você. Diferente de outra, algumas vezes feita por telefone, e-mail ou MSN, em que ele diz gostar de você, mas precisa de um tempo sozinho pra pensar na vida etc., que chega a vir misturada com o medo e a covardia de encarar pessoalmente aquele de quem deseja se livrar.
Mesmo sabendo de tudo isso, acreditamos que o sujeito realmente precisa “pensar na vida” e ficar na dele, pra variar. Aceitamos o término do namoro, esperando que, em um dia não tão distante, ele ligue arrependido de tudo que lhe falou, querendo voltar loucamente para os seus braços.
Voltando para a vida real, “ficar na dele” significa que “a fila andou”, estando implícito o sentimento dele por você. Porém, mulher é bicho burro, teimoso e precisa levar uma pancada das bem doídas pra entender realmente o que acontece. Até ouvir um “eu não te quero mais”, seja por telefone, por internet ou no tète à tète, curto e grosso, seguir a vida, se apaixonar de novo, dar chance a outra pessoa está simplesmente fora de cogitação.
Terminar um relacionamento pode doer e muito. Ninguém quer ouvir da pessoa que ama que ela não te ama mais. Logo, é uma dor libertadora e necessária. Não resta outra alternativa, a não ser se conformar com o fato de que quem você ama já não sente o mesmo por você e, enfim, dar chance ao acaso. Mas, nem todos tem a sorte de serem “libertados”, tendo que aprender a sufocar uma dor, que muito em breve pode se revelar como não superada.


