Sofrência pós-encontro
Não importa o quanto queiramos parecer duronas em frente ao sexo oposto, tendo a certeza de que ele não vai ligar no dia seguinte ou ao menos te procurar depois daquela noite: nós sempre acreditamos. Eles não precisam nem ao menos pronunciar as tais palavras “vou te ligar”, que ao abrirmos a porta do carro após nos despedirmos em um longo e caloroso beijo, voltamos para casa naquela infeliz (ou para as sortudas, feliz) expectativa do que está por vir.
Aí damos início à fase neurótica em que, enquanto o moço não dá as caras, acessamos a internet em busca de mais informações a seu respeito, fuçando tudo o que temos ao nosso dispor (quem nunca?), e por aí em diante, imaginando quais são seus hobbies, o que ele gosta, o que ele não gosta, o que pode ser feito para agradá-lo, quem é a perua no perfil dele e – ó, meu Deus, a questão que nunca se cala – por que ele ainda não ligou?
E depois de passado certo tempo, começamos a colocar defeitos em nós mesmas, achando que nós somos problemáticas, beijamos mal ou somos chatas, ruins de papo e vazias, numa tentativa frustrada de fugir da dura e cruel realidade de que eles, os homens, é que não querem saber de nada. E o “nada” se aplica a você, mulher inteligente, bonita, sexy e com conteúdo.
Por mais que esse sonho esteja cada vez mais distante, continuamos na busca pelo cara certo. Não importa sua aparência, sua voz, seu currículo... Todos podem ser aquele por quem esperamos pelo seu simples modo de pegar na sua mão ou te tratar com respeito. E por mais maduras e experientes que possamos ser, nós sempre caímos na sua conversa.


