Para amar, é necessário correr riscos
Às vezes, queremos enganar o nosso coração, quando na realidade é ele quem nos engana. Não adianta deixar de querer algo só porque é difícil de conseguir. Tem horas que até acreditamos ser impossível alcançar. É mais fácil, então, desistir. Tentamos pregar uma peça nele para que ele pense que abrimos mão de nos apaixonar e que somos melhores do que isso. Até chegar o momento de uma nova pessoa cruzar o nosso caminho. E aí a pose de princesa guerreira e toda aquela história que você contou pra si mesma caem por terra.
Logo, as lembranças de uma paixão derradeira, por mais sofrida que seja, voltam à tona. Apesar de tudo – de todos aqueles sentimentos ruins que também tomam conta da gente quando nos apaixonamos como a insegurança e o medo –, nos sentimos vivas e inteiras. É o coração querendo sair do peito e pular em direção da flecha do cupido que, por muitos anos, mirou na pessoa errada. É a vontade de se entregar a um amor que ao mesmo tempo em que te faz refém, te protege, te guia e dá forças para quebrar qualquer barreira que ousar se colocar entre vocês.
Não que todo mundo já tenha tido a oportunidade de viver um romance assim. Mas só de se deparar com essa vontade, já revela que as esperanças de encontrá-lo não acabaram. Com a diferença de que agora existem alguns anos a mais no RG, combinados a um longo repertório de experiências, que te impedem de se jogar de cabeça numa nova aventura. Afinal, não é justo alguém que a vida inteira quis amar e ser amada se entregar à solidão e ao medo de ser enganada novamente.
Para tudo na vida existe um risco. Assim como pode dar tudo certo, pode dar tudo errado e acabarmos no mesmo lugar em que começamos: frustrados, machucados e infelizes. Mas lamentavelmente não existe outro jeito. Jamais saberemos se não tentarmos. Cabe a nós termos a coragem de nos colocarmos à prova, pois é a realização de um sonho e a felicidade de uma vida que está em jogo.


